GROUPER The Man Who Died In His Boat CD / LP
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É comum no início de cada ano ficarmos entusiasmados com discos bons que saem nos primeiros meses para depois ficarem algo esquecidos durante o resto do ano. É perfeitamente normal, e tal como nós aceitamos isso, muitos de vocês aceitam. Basta olhar para as listas de melhores do ano e perceber que a maior parte dos lançamentos enquadram-se numa janela de edição próxima à da cozedura da lista. Por isso, talvez pareça inverosímil dizer já que “The Man Who Died In His Boat” conste nessa lista, mas de momento é isso que sentimos. O “novo” álbum de Grouper é fenomenal e um dos discos mais belos que ouvimos nos últimos meses: até poderíamos dizer anos, mas não queremos que isto soe exagerado. As aspas colocam-se porque o material aqui presente faz parte da mesma era de “Dragging A Dead Deer Up A Hill”, o disco quem em 2008 colocou Liz Harris no mapa das artistas a acompanhar. Dizer que é da mesma época é simplesmente dizer isso, porque o que ouvimos aqui é radicalmente diferente. Liz conseguiu reunir aqui aquilo que a sua carreira parecia indiciar há muito: uma espécie de ambient/drone misturado com folk e uma sensação de nostalgia devedora de gente como William Basinski ou Leyland Kirby. “The Man Who Died In His Boat” é daqueles discos que, apetece dizer e, já agora, dizemos mesmo, é feito de matéria de sonhos. É como uma nuvem interminável pela qual se flutua pelos sons a que Grouper nos habituou, com a sua voz a desenhar um quadro que se sobrepõe de forma ainda mais bela à parte instrumental. De certa forma, é um disco de estática, pela forma como as suas ondas tomam conta de tudo o que está em nosso redor. “The Man Who Died In His Boat” transforma-nos, nem que seja só naqueles instantes em que o disco está a tocar. E fá-lo de forma gloriosa, como se o fim dos dias não fosse obrigado ao drama, mas a uma calma rara e contagiosa, longe da apatia. Prendas assim não nos são oferecidas todos os dias. Nem todos os anos.
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