A carreira detectável de Mark Mitchell parece incluir apena um punhado de singles a meio da década de 80. O single original de 1983 que regressa ao mercado mesmo agora em 2019 pela Fantasy Love demonstra um sector de produção soul que continua a inspirar músicos contemporâneos como Dâm-Funk. O sentimentalismo arrebatador de “How Can I?”, em passo lento de soul 100% robotizada, transmite força no sofrimento e imaginação na sua concretização formal; “All Your Love”, no lado B, descola como uma nave, até a voz de Mitchell (mais à frente com coro) entregar ao ser humano a expressão de emoções própria da sua existência. Quase um protótipo boogie que permanece para glorificar o salto muito electrónico que a Soul deu nessa década em que tudo parecia ainda crescer em direcção ao futuro.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
Ainda próximo de outra compilação focada em música de dança electrónica produzida na África do Sul (“Pantsula”, da Rush Hour), “Gumba Fire” expande a ideia para três LPs, em vinil, e um resultado talvez mais ambicioso e conseguido. A expressão Bubblegum podia ser uma qualificação displicente aplicada a música para todos os efeitos pop, mas acontece que era um termo usado na África do Sul para classificar música produzida na ressaca Disco. Bubblegum pressupõe algo descartável e artificial e se, com má vontade, é muito fácil assim considerar esta música, é também fácil prestar-lhe atenção e receber prazer das nuances, dos synths de época, cowbells e vozes em cântico que convocam uma medida exótica de pop suficientemente diferente do hábito ocidental e do Hemisfério Norte. Não deixa de ser, também, matéria de reflexão, a quantidade de edições que parecem procurar uma pureza, inocência e rudeza enconrada – por motivos vários – em música de outras latitudes, no que pode também facilmente ser considerada como espécie de sobranceria branca trazida pelo aborrecimento com as fórmulas habituais. Tudo isso transcende o prazer proporcionado por esta música e a sensação forte de sermos expostos a documentos bem vivos de uma maneira de estar mais descontraída do que a média.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
tracklist CD
1. The Survivals – “My Brother”
2. Stimela – “Mind Games”
3. Hot Soul Singers – “Hlala Nami”
4. Zoom – “Wayawaya”
5. Ashiko – “Gumba Fire (Madlakadlaka)”
6. Monwa & Sun – “Heartbeat”
7. Ntombi Ndaba – “Do You Trust Amajita?”
8. The Black Five – “Selallane”
9. Starlight – “Picnicing”
10. Zasha – “Hayi Ngodlame”
11. Sabela – “Africa”
12. Condry Ziqubu – “She’s Impossible”
13. General Peter Maringa – “Listen To Me”
14. Zasha – “Arrow Dub”
15. Ozila – “Wola Wola”
Volta e meia aparecem reedições que no seu tempo desafiaram os géneros por inúmeras razões. “You Are Mine” é uma daquelas minas de ouro de boogie, tudo bate certo na disfuncionalidade que aqui vai acontecendo: um pouco como o trabalho de Wicked Witch. Originalmente editado em 1986, os Hotline (Lagos, Nigéria) produziram boogie quente e completamente tolo que hoje sobrevive ao tempo com uma classe descomunal: até os falsettos de “Stay Close” envelheceram bem. Se a compilação da Soundway “Doing It In Lagos” era obrigatória, “You Are Mine” tem de ficar ao lado na colecção. Bomba.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
Perante uma colectânea destas, a reacção é sempre a mesma: queremos tudo. Muitas recolhas foram já feitas com música produzida na Nigéria nas décadas de 1970 e 1980, e no entanto eis um novo disco absolutamente surpreendente. Se o modelo norte-americano continua a parecer prevalecer (disco / boogie), é mais uma vez o toque africano que transforma esta música em tesouro raro. A noção de ritmo e harmonia, até uma certa desconstrução do que de outra forma seria um groove “limpo”, são particulares e – diríamos – infalíveis. Como “Synthesize The Soul”, concentrado em Cabo Verde, “Doing It In Lagos” traz a música de dança para a flor da pele. Isso significa superfície, sim, mas também um contacto íntimo onde ele é mais necessário.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
CD1
1.Hotline – “Fellas Doing It In Lagos” 2.Peter Abdul – “Don’t You Know” 3.Steve Monite – “Only You” 4.Oby Onyioha – “Enjoy Your Life” 5.Kio Amachree – “Ivory” 6.Livy Ekemezie – “Holiday Action” 7.Willy Roy – “Don’t Give Up” 8.Danny Offia & The Friks – “Funk With Me” 9.Rick Asikpo & Afro Fusion – “Too Hot” 10.Terry Mackson – “Distant Lover”
CD2
1.Ofege – “Burning Jungle” 2.Odion Iruoje – “Indentify With Your Root” 3.Mike Umoh – “Shake Your Body” 4.Burnis Moleme – “Where Is The Answer” 5.Sony Enang – “Don’t Stop That Music” 6.Veno – “Groove I Like” 7.Godfrey Odili – “Let’s Do More Music” 8.Toby Foyeh – “Ore Mi” 9.Gboyega Adelaja – “Colourful Environment” 10.Lexy Mella – “On The Air” (Rap mix) 11.Nkono Teles – “Be My Lady” (mix)
Uma espécie de teaser de um EP mais completo para a Discotexas. Da Chick em grande forma funk, nesta editora espanhola dedicada à manutenção do espírito clássico bem vivo. Na letra de “Call Me Foxy”, Chick está em pleno modo rap, na mensagem e na atitude da voz, mas a música está certeira no funk. Toda a autoridade no modo como comunica a música, sotaque direito, voz quente e aquela sensação injectada em nós de que nasceu no funk e para o funk. Fresh!
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
Mais valor proveniente da África do Sul, com três faixas levantadas do LP “Scarap” (1982). Como temos vindo a descobrir em anos recentes, África incorporava os sons do boogie americano de uma forma muito própria, no fundo acrescentando algo substancial ao já louco groove local (fosse Nigéria ou África do Sul, Gana ou outros pontos geográficos). Matéria muito especial, exuberância controlada, sexy, bem sintética, redonda e quente. A ajudar 2017 a crescer.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
Já aqui falámos dos Sun, um mínimo de background aqui, e sim, “Radiation Level” é a porta de entrada por excelência para esta banda sintonizada com o Espaço e o imaginário futurista ligado á ficção científica. A espécie de guarda Cylon que adorna esta capa, a palavra “Sun” dentro de uma simulação fogosa do mesmo, a font tecnológica do título, ficamos logo aí. Na música, a camada de sintetizador, o groove da guitarra, passo seguro do baixo, tudo sempre constante a servir a voz amaciada que quase não sobe de tom. Sensação de que este single não tem breaks simplesmente porque não necessita de quebras. Reparem. Desnecessário alongar-nos sobre quão óptimo é o instrumental no lado B. Exemplares da prensagem holandesa em excelente estado, capas e vinil. Sexy.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
Surpresas e mais surpresas. Depois do álbum de Sumy, há alguns meses, eis uma visão mais abrangente do que acontecia na música para dançar produzida no Surinam. Se alguns exemplos soam decididamente próximos do formato norte-americano que regulou a indústria, ainda que doces e irresistíveis, é nas malhas mais afastadas que se encontra uma dimensão verdadeiramente exploratória: “Wakka Mang” (Explosion), “Kaseko Attack” (Ronald Snijders), “Jhoom Le” (Cyntia). No entanto, tudo o resto espalha uma inevitável cor tropical sobre o que se julga já conhecer. Golpe de génio de Sound Track Orchestra & Silvy em “Tirsa Song”, um número boogie absolutamente inspirado. Esta música exerce um poder muito desejado, representado tanto pela propulsão rítmica como pela intenção de Vida que procura passar para nós.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
CD:
01. Steve Watson – Born To Boogie
02. Jam Band 80 – Jammin’
03. Sonny Khoeblal – Craziest
04. Errol De La Fuente – Happiness
05. Sumy – The Funky “G” (Only Comes At Night)
06. Explosion – Wakka Mang
07. Eddie Tailor – Love Dance
08. Ronald Snijders – Kaseko Attack
09. Astaria – Jamasa Roro
10. Sound Track Orchestra and Silvy – Tirsa Song
11. Cyntia – Jhoom Le
12. Langa Langa – Freedom Is The Thing
A série DJ-Kicks num momento fantástico, após o volume com Moodymann. Dãm-Funk mostra como a sua visão é especial e coerente, partindo de um som que ele acarinha desde sempre e que existe no universo paralelo boogie / electro da década de 80. A selecção de faixas electrónicas, secas e brilhantes (de brilho, mesmo), com vozes emotivas por cima, é um bom testemunho da palavra do músico e DJ. Sentimos que nos dá acesso a uma verdade pouco ou nada corrompida pela necessidade de estar acima de outros, neste jogo do mercado, isto é, a música neste DJ-Kicks não parece comprometida por uma ideia de competição. Segue no seu ritmo próprio, percorrendo soul bem sintética, mostrando avenidas possíveis na música de dança e como uma aparente normalidade, em certas faixas, é na verdade algo bizarra na imagem geral, descontextualizando o que podia ser pouco memorável, noutras mãos. Dâm-Funk abre este portal para quem ouve, um privilégio. Há um livro de estilo do qual ele não abdica. Pura classe.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
CD:
Moon B – Oof
Nicci Gable – Close To Who?
Verticle Lines – Theme From Beach Boy
Randell & Schippers – Love Jam
Brandon – Suzy Hijack
Take Three – Tonite’s The Night (All Right)
Index – Starlight
Uncle Jamm’s Army – Dial-A-Freak
Gemini – Log In
Nexus – Stand Up (Instrumental)
Reggie B – Poison Candy
L33 – Keeping It Tight
Gaussian Curve – Broken Clouds
Tony Palkovic – True To Yourself
Henning – Arrival / Departure
Nite-Funk – Can U Read Me?
DaM-FunK – Believer
True Design – I Wanna Break
Crystal Winds – Funk Ain’t Easy
Dam Funk ensaia cada dia melhor a sua ideia de pop ancorada no céu estrelado que cobria a cena boogie mais sintética dos anos 80. “Invite The Light” soa como um disparo de bem longe, uma manifestação de presenças etéreas à nossa volta e é tudo tremendamente confortável de ouvir, afundado num calor feito de linhas de sintetizador, ecos, beats secos e melodias sem rosto. Snoop Dogg, Q-Tip e Flea são alguns dos convidados nesta obra da cabeça de Dam Funk, ocupado sempre em abrir linhas de passagem para o funk em que acredita. A postura robótica transmitida pelo vocoder adensa algumas faixas, só que nem é preciso recorrer a tais artes para credibilizar a sessão futurista que temos estado a ouvir enquanto escrevemos estas linhas. Sem medo.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation
A missão da Rush Hour é contínua, não apenas na reedição de discos que merecem nova atenção mas, também, na exploração dedicada do que é inédito, nunca editado, e permanecia em caixas ou prateleiras. Tal como fez, por exemplo, com Vincent Floyd, este disco de James Mason é resultado de um desses processos de desencarceramento. Música gravada na mesma época do seu único álbum (“Rhythm Of Life”, 1977), Fonda Rae na voz, Bernard Purdie na bateria, não são meras sessões caseiras. Da preparação do álbum “Recollection” sai este maxi que alinha a pressão espacial de “Space Bass” (Slick) e Rinder & Lewis com a alma boogie queparecia estar a perder terreno no mercado da época (essa é a explicação para o facto de James Mason nunca ter chegado a editar segundo álbum). “Up Jump” apresenta caixa-de-ritmos bem marcada numa base electro com vocoder que abre para mantras soul em pura ascenção. Ouro, outra vez.
NOTA: Artigo sempre sujeito a confirmação de stock e preço
PLEASE NOTE: Item always subject to stock and price confirmation