Senhora-mistério, mais ou menos. Muda de nomes mas é sempre Inga Copeland e deixou marca gigante desde os tempos em que fazia música com Dean Blunt. Em “Lolina”, a primeira faixa, ela parece dizer umas palavras numa língua eslava, o que espelha admiravelmente o som invertido que acontece por essa altura. O EP inclui apenas três faixas, todas elas bastante económicas em duração, como aliás já era habitual, por exemplo, em “Black Is Beautiful” de Dean & Inga. “Miss Understood” é aquele trocadilho sempre à espera de acontecer, e aqui serve uma faixa constantemente quebrada, mantida coesa pelo martelar num piano e uma voz urgente que vai e volta. O tema cresce para algo que soa como dancehall, UK bass e hip hop? “Relaxx” fecha tudo, são mais 3 minutos e pouco, piano mais ou menos livre e sons que vão construindo a grelha melódica de forma caótica, mais a voz tipicamente doce que se esconde atrás das cortinas de som. Muito fora, mesmo mesmo nas franjas da pop. Uau. Queremos mais.
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Vivemos num tempo em que, quando enfiamos a mão no saco, parece sempre sair um disco que desconhecemos de library italiano. Agora é a vez deste “To-day’s Sound” de Piero Umiliani, provavelmente o disco mais certinho (e menos electrónico) que tivemos seu até ao momento (e em breve teremos mais novidades QUENTES). “To-day’s Sound” é composto essencialmente por material que gravou para a televisão, library/exótica sem compromisso e bastante relaxada e com um pormenor que às vezes parece escapar: extremamente bem concretizada, com uma composição sólida e sem medo de arriscar. Aqui o arriscar vai pela difusão de géneros, “To-day’s Sound” aproveita-se de tudo o que era moda então para fazer valer as suas ideias: funk, psicadelismo, jazz, country e muitas das linhas do pop/rock daquela década. Rico como poucos outros discos de library/exótica que nos chegaram recentemente e um verdadeiro mimo para os nossos ouvidos. Difícil não ficar apaixonado por estes sons.
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Mais de quarenta anos separam esta colecção de trabalhos de Beatriz Ferreyra para a GRM. Pioneira da música concreta, as quatro peças aqui presentes representam sólidos movimentos da electro-acústica em regime freeform. Há uma certa fuga às regras nestas peças de Ferreyra, não como uma fuga à norma, mas numa forma de tactear diversos universos até encontrar um espaço que seja seu. Mas Ferreyra nunca pousa – ou flutua – nesse espaço, continua sempre em frente, à procura de novos sons e dinâmicas que possam ir além daquilo que associamos à música concreta/electro-acústica. Por isso, os sons que ouvimos de finais dos anos 1960 (principalmente “Demeures Aquatiques”, de 1967) estão à frente no seu tempo, mais pelo movimento, a forma como tudo se interliga, se mexe (numa rebeldia extrema) e domina o espaço é completamente inovadora. Na altura e agora. Um regalo.
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Exemplares originais da edição de 1982 / Original 1982 release. VG++
Sound clips and sleeve not from actual copy.
A grande questão é: o que se aprende com erros passados na História? Pouco. “The numbers are different, the crime is still the same.” Special AKA continuaram a missão dos Specials, em número reduzido e sem o poster boy Terry Hall mas com empenho político ainda mais marcado. Reacção muito a quente ao massacre (em Setembro do mesmo ano) de refugiados nos campos de Sabra e Shatila, Líbano, cantado em tom de lamento sobre um quase não-reggae (apesar de o skank da guitarra estar bem audível). As várias vozes sempre em acção nesta canção conferem um tom coral e solene, traduzindo todo o respeito que a memória da data merece. Cordas em vez de metais, nesta canção que aproxima mais o reggae da pop, de forma iluminada e extensível à versão instrumental no lado B. Exemplares em muito bom estado, idade de 33 anos visível nas capas mas nada de rasgões nem coisas escritas.
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Jornalistas de música com muitos anos de profissão voltam a dizer que não sabem de onde isto vem. “Noite E Dia” traz Nigga Fox ao outro lado de um ano de 2014 absolutamente incrível. “Um Ano”! Por esta altura reconhecemos melhor algumas partes mecânicas da construção sónica de Rogério Brandão, a sua assinatura, aquilo que faz com que a sua produção, a uma escala global, seja única e reconhecível. O processamento que faz do techno e dos sons africanos que preenchem a sua corrente sanguínea resulta num híbrido que espanta sempre. Música directa, com todos os elementos a trabalharem para o movimento mas também para despertar circuitos cerebrais que possam estar mais relaxados. “Um Ano” e “Apocalipsiii” são clássicos no seu som, transportam o ADN que chegou ao mundo com o EP “O Meu Estilo”, contribuem para uma nova cultura rave que ele inaugurou com esse EP. E “Tio Kiala”, de onde vem? No nosso quadro desenhamos setas, círculos e escrevemos nomes para chegar a um enquadramento histórico onde tem de entrar Aphex Twin da fase “Windowlicker”, Squarepusher, trance de estádio, kuduro, ácido, breakbeat clássico (UK), techno do Omen, e são as coisas que o nosso conhecimento abarca. A malha estende-se por mais de 5 minutos, alegre nas suas variações, no modo como alterna a propulsão irresistível e as quebras. “Será que essas colunas vão aguentar? Se queimar… eu não tenho nada a ver.” Para o fim, “De Leve” nem sequer é leve, desfila uma bateria de samba em câmera-lenta com bombos de grande orquestra; há um fio elástico melancólico que nos vai comunicando como sentir. A certa altura a ressonância é industrial e o mesmo “Oh!” que aparece em “Um Ano” serve aqui para pontuar uma cadência inteiramente diferente. Tudo isto é estranho e tudo isto é nosso, de cá :)
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Os sets com dub de Lord Tusk (há um óptimo num Boiler Room em 2012) reflectem um pouco do que se ouve neste primeiro disco da Levels: passo lento, inclinação dub, embora muitíssimo sintética e longe da raiz, com a cabeça – sim – numa caldeira em efeverscência, e esta é a melhor maneira de dizermos que Lord Tusk se mexe com um pé, pelo menos, na cena industrial. Quatro faixas de groove, a segunda chama-se “Non Conformist” mas é a terceira, “As We< Speak It Grows Stronger" que junta ao título uma aura de poder muito forte. No final, "Female Bodyguards" aumenta o espectro para dub, house, IDM e uma rotação metálica mais consonante com as 120 BPMs que todos são capazes de seguir sem problemas, mesmo que apenas com a cabeça. Alienante mas acolhedor. Quê?
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Lord Tusk chega como o martelo de Thor, com um estrondo no chão. Beats lá do fundo do túnel do tempo, suspensos entre industrial e cósmico; e suficientes claps sintéticos, marcha de beatbox e linha de baixo arrastada para uma entrada directa num patamar clássico. A dupla “Sharkey’s Night” / “Sharkey’s Day” tem especial impacto marcial, seguindo um rumo direito como um blindado que nunca se desvia dos muros e sebes que aparecem no caminho. Material para submissão e créditos extra como DJ quando Dean Blunt se apresenta ao vivo. Muita fantasia sintética a rolar aqui neste disco gloriosamente fora de tempo. Lento e esmagador, bom.
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